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Ceará é o maior representante do Nordeste e o quinto estado do Brasil com mais registros de transplante de órgãos

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

O Ceará foi o representante da região Nordeste que mais realizou transplantes de órgãos em 2021. Segundo dados do Ministério da Saúde, foram 1.485 registros no ano passado, o que faz desse estado o quinto em todo o país com mais procedimentos registrados.

São Paulo lidera a lista, com 9.087 registros, quase um terço do 23.518 dos transplantes realizados no Brasil. Na sequência, aparecem Paraná (1.813), Minas Gerais (1.664) e Rio de Janeiro (1.549). Pernambuco, com 1.358 registros, e Rio Grande do Sul, com 1.104, completam a lista dos estados com mais de mil transplantes realizados no ano passado.

O Ceará também se destacou na lista que contabiliza o número de doadores efetivos em 2021.

Com 198 registros, o Ceará aparece na sexta posição nacional, atrás de São Paulo (995), Paraná (412), Rio de Janeiro (304), Santa Catarina (294) e Minas Gerais (211). É importante ressaltar que um único doador de órgãos pode salvar até oito vidas. Isso porque ele pode vir a doar coração, pulmões, fígado, intestino, pâncreas e rins. Além dos órgãos, tecidos como a córnea, pele, ossos e valvas cardíacas também podem ser doados.

Maior do mundo

O Brasil é detentor do maior programa público de transplantes do mundo, realizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O país é, ainda, o segundo que mais realiza o procedimento, em números absolutos.

O transplante é garantido a toda a população por meio do SUS, que é responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos procedimentos no país. Aos pacientes, é garantido o atendimento integral, pois recebem acompanhamento pré e pós transplante, realizando exames e consultas necessárias e recebendo inclusive a medicação imunossupressora, necessária para prevenir a rejeição ao transplante. No ano passado, o SUS pagou, em média, R$ 61,7 mil por transplante de órgão e R$ 51,2 mil por transplante medula óssea realizado no país.

Desde 2019 até junho deste ano, 80,9 mil transplantes foram realizados no país, número que contabiliza órgãos como coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim, pâncreas rim, intestino isolado e órgãos multiviscerais, além de córnea e medula óssea.

Entre os órgãos, o transplante de rim é o mais realizado no Brasil, com mais de 18,4 mil procedimentos desde 2019 até junho deste ano. Na sequência, aparecem fígado (7,4 mil) e coração (1,2 mil). O transplante de córnea contabiliza mais de 41,9 mil procedimentos nos últimos quatro anos.

“Quando comparamos a países como Espanha, França, Austrália, Reino Unido, que também possuem sistema público de saúde, o Brasil lidera os transplantes de órgãos realizados em números absolutos e ocupa o terceiro lugar no ranking em relação a doação em partes por milhão de população”, ressalta Maíra Botelho, secretária de Atenção Especializada à Saúde (SAES), do Ministério da Saúde.

A pasta, segundo a secretária, investe cerca de R$ 1,3 bilhão por ano para garantir todas as ações e serviços relacionados aos transplantes de órgãos. “Nos destacamos ainda por possuir uma legislação própria em normas de referência, um sistema informatizado, com lista única de espera, que possibilita transparência a todo processo”, observa.

Atualmente, 600 hospitais no país estão autorizados a realizar transplantes e essa rede realizou, em 2021, cerca de 23,5 mil procedimentos. Neste ano, entre janeiro e junho, o número de procedimentos já ultrapassou a marca dos 12 mil.

Apesar disso, mais de 59 mil pessoas estão na lista à espera por um órgão e esse dado contabiliza também as pessoas que esperam por uma córnea. Só em 2022, em média, mais de 45% das famílias não concordaram com a doação, embora esse ato permita que várias pessoas em lista de espera para transplantes tenham a perspectiva de sobrevivência.

Campanha

Para marcar o Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado na terça-feira (27/09), o Ministério da Saúde lançou a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos de 2022, cujo tema é “Amor para superar, amor para recomeçar”.

A iniciativa tem como objetivo incentivar a população sobre a importância da doação de órgãos e dos profissionais de saúde que lidam com essa situação delicada para as famílias e que são agentes para essa conscientização.

A campanha será veiculada em TV, rádio, mídia exterior em lugares de grande circulação de pessoas, em portais online, além de redes sociais. A ação também mostra a importância de conversar e manifestar o desejo da doação para os familiares, que serão os responsáveis por essa decisão.

Transparência

O Ministério da Saúde apresentou, ainda, uma ferramenta de avaliação e visualização de dados referente ao cenário atual da lista de espera e dos transplantes de órgãos realizados em 2022. A intenção é promover uma maior conscientização e também assegurar maior apoio às decisões sobre a doação de órgãos e medula óssea pelos gestores do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Os painéis contêm informações de lista de espera e de transplantes de órgãos e medula óssea realizados durante o ano, até o momento, com atualização semanal. Com as informações da lista de espera, o público poderá visualizar a quantidade de pessoas que aguardam por um órgão para realização do transplante na última data de compilação dos dados. No painel, é possível visualizar a quantidade de pacientes aguardando pelo tipo de órgão e modalidade de transplante.

“Quando esses dados são analisados em conjunto eles podem revelar a importância de se discutir em família sobre a vontade de cada um em se tornar doador de órgãos”, esclarece Maíra Botelho.

Com isso, as informações podem contribuir muito para analisar o cenário da doação de órgãos no Brasil. A secretária de Atenção Especializada à Saúde explica que isso se dá pela diferença entre a quantidade de pessoas que aguardam por algum órgão para transplante e o número de procedimentos realizados. “Havendo mais pessoas dispostas a doar, a chance daqueles que aguardam por um órgão serem contemplados também aumenta”, ressalta.
Regiões

Entre as regiões, o Sudeste lidera no número de transplantes realizados em 2021, com mais de 12.745 mil procedimentos registrados. Na sequência, aparecem o Nordeste (4.715), o Sul (3.896), o Centro-Oeste (1.748) e o Norte (414).

O Sudeste também está à frente nas estatísticas que levam em conta o número de doadores efeitos no ano passado: 1.564. O Sul foi a segunda região com mais doadores efetivos (867), seguido pelo Nordeste (564), pelo Centro-Oeste (166) e pelo Norte (44).

Agência Brasil

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