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Propostas de políticas do BNB para a década de 70 para o Nordeste, por Pedro Sisnando Leite

Pedro Sisnando Leite é economista com pós-graduação em desenvolvimento econômico e planejamento regional em Israel. Membro do Instituto do Ceará  e da Academia de Ciências Sociais do Ceará. É professor titular (aposentado) do programa de mestrado (CAEN) da UFC, onde foi também Pró-Reitor de Planejamento. No Banco do Nordeste, ocupou o cargo de economista e Chefe da Divisão de Estudos Agrícolas do Escritório Técnico de Estudos Econômicos. No período de 1995-2002, exerceu a função de Secretário de Estado de Desenvolvimento Rural do Ceará. Publicou cerca de 40 livros em sua área de especialização e escreveu muitos artigos para jornais e revistas.

Esta Crônica tem como finalidade tratar de um assunto marcante da história econômica do Nordeste do Brasil na pessoa “in memoriam” do professor, pioneiro técnico em desenvolvimento econômico do Banco do Nordeste do Brasil, recentemente falecido. José Nicácio de Oliveira foi o chefe integro, competente e que dedicou, durante longos anos, a sua vida profissional como Chefe do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste(BNB). A Região tem uma dívida com ele incalculável. Para mim foi um mestre, exemplo, amigo; um ídolo profissional e humano inesquecível.

O livro sobre a “Economia do Nordeste: Propostas de Políticas na Década de Setenta” conta a história de como o Banco do Nordeste do Brasil/ETENE contribuiu para o “milagre econômico nordestino” nessa fase do desenvolvimento brasileiro. Esta obra foi editada graficamente com o patrocínio da Fundação Waldemar de Alcântara e lançado em formato de e-book pelo Site internacional academia.edu, com ampla difusão mundial.

No ano de l968, o ETENE foi incumbido pela diretoria do Banco do Nordeste do Brasil para demonstrar técnica e politicamente como seria possível o Nordeste atingir taxas de crescimento mais elevadas para reduzir as disparidades de renda entre o Nordeste e o Sudeste. Em quanto tempo isso seria possível e em que velocidade. O que deveria ser feito para que a indústria, a agricultura e os serviços viabilizassem essa meta.

As investigações, então empreendidas, visavam delinear objetivamente quais seriam as políticas para que o Nordeste alcançasse as mudanças acima referidas. As equipes do ETENE, com apoio de cooperação internacional das Nações Unidas, (Stefan Robock e outros), técnicos da Fundação Getúlio Vargas e consultores independentes, elaboraram amplos estudos denominados de “Perspectivas da Economia do Nordeste para a Década de Setenta”.

O Banco do Nordeste empreendeu, com base nesses estudos e no seu pessoal técnico, um vasto trabalho de divulgação e de obtenção de apoio do Governo para adoção de políticas com esse objetivo de acelerar o desenvolvimento regional. Vale registrar que o BNB contou para esse propósito com o apoio dos Senadores Waldemar Alcântara e Virgílio Távora.

As novas políticas adotadas na década de setenta para o Nordeste resultaram num grande sucesso. Conforme os dados e estudos pertinentes, a economia da Região obteve nessa década uma taxa de crescimento médio anual de 9% a 10% e passou por significativa transformação estrutural. Somente comparável mundialmente com o Japão na década de sessenta, que viveu o seu “Milagre Econômico”.

Essa história nunca foi devidamente contada como os autores Pedro Sisnando Leite e José Nicácio de Oliveira (ETENE) fizeram nesse livro com conhecimento de causa, pois foram coordenadores desse processo. Entretanto, mais de quarenta anos já se passaram dessa experiência, e as políticas e estratégias idealizadas para aquela etapa da economia do Nordeste ainda continuam sendo adotadas. Em consequência disso, os autores destacam que o Nordeste carece agora de novas políticas e estratégias. Pois vivemos agora num mundo da globalização e da exclusão social provocada pelo modelo fundamentado apenas no crescimento econômico do passado, sem preocupação com o desenvolvimento econômico mais equitativa e com menos pobreza efetiva.

A conclusão preocupante dos autores é que o Brasil não tem um projeto para o Nordeste claro e com medidas bem definidas. Neste caso, somos de opinião que o Banco do Nordeste BNB poderia repetir o feito da década de 70. Com a sua liderança, promover um novo movimento com o objetivo de renovar e avançar no desenvolvimento regional em ajuda ao Brasil fragilizado por baixas taxas de crescimento e desajustes fiscais.

O leitor poderá acessar o livro em pauta, fazendo o download gratuito (AQUI). Assista também o vídeo com a palestra de lançamento do referido livro por Pedro Sisnando leite, no Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará, com muitos esclarecimentos sobre o assunto.

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