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Pesquisa Fecomércio: 74,8% dos fortalezenses estão endividados

Foto: Freepik

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, realizada para o bimestre setembro/outubro de 2022, mostra que 74,8% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida.

O índice apresentou queda de 1,1 ponto percentual comparado ao bimestre anterior, encerrado em agosto, de 75,9%, porém superior ao observado no mesmo período do ano passado (73,1%). O levantamento é realizado pela Fecomércio, através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC).

A proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso teve aumento de 3,6 pontos percentuais, passando de 25,2%, no bimestre julho/agosto, para 28,8% no atual período. As dificuldades em honrar os compromissos financeiros afetam mais as mulheres (32,0%), os consumidores do estrato com idade acima dos 35 anos (30,6%) e da classe com renda familiar mensal abaixo de cinco salários-mínimos (29,6%).

O tempo médio de atraso é de 74 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é a necessidade de se adiar o pagamento, para uso dos recursos em outras finalidades, citado por 58,0% dos entrevistados. O segundo motivo mais citado é o desequilíbrio financeiro, com 40,8% das respostas, seguido da perda de prazo por esquecimento (6,5%) e da contestação das obrigações (4,8%).

Comprometimento da renda

A pesquisa aponta ainda que o consumidor de Fortaleza está comprometendo, em média, 46,2% da renda familiar com o pagamento das dívidas – resultado 2,5 pontos percentuais acima do registrado no primeiro semestre encerrado em agosto (43,7%) e muito superior à média histórica do indicador, de 35,0%.

Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 83,7% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 17,3%; empréstimos pessoais, com 9,0%; carnês e crediários, com 4,6%; e cheque especial, com 1,5%.

A pesquisa mostra que são os gastos correntes os principais responsáveis pelo endividamento, com destaque para a compra de alimentos a prazo (citado por 61,1% dos consumidores entrevistados), para aquisição de itens de vestuário (29,7%), a cobertura de despesas de saúde (25,3%) e o uso de crédito para pagamento de aluguel residencial (24,7%). O valor médio das dívidas é de R$ 1.704, com prazo médio de oito meses.

Inadimplência potencial

A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, aumentou +1,6 pontos percentuais, atingindo o patamar de 13,2% no bimestre setembro/outubro. Apesar do resultado, o índice mostra melhora com relação ao mesmo período de 2021, quando foi mensurado em 15,8%.

O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 15,7%), do grupo com idade acima dos 35 anos (16,1%) e do estrato com renda familiar mensal inferior a cinco salários-mínimos (13,8%).

Orçamento familiar

A pesquisa ainda revela que 73,4% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 15,4% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 11,2% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, listam-se:

• A falta de orçamento e controle dos gastos, com 52,1% das respostas;

• Redução dos rendimentos, com 22,4%;

• Desemprego, com 22,0%;

• O aumento dos gastos considerados essenciais, com 21,8%;

• As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 19,2%; e

• Gastos imprevistos, com 15,8%

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