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Lula anuncia mais 16 ministros; veja os nomes

Foto: Reprodução

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

O presidente diplomado da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou hoje, nesta quinta-feira, 29, alguns nomes que vão integrar o seu governo como ministros.

O primeiro deles foi o deputado federal reeleito Paulo Pimenta (PT-RS), que vai assumir a Secretaria Especial de Comunicação (Secom) do próximo governo.

Como mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na semana passada, o jornalista com forte atuação nas redes sociais chegou a ser cotado para a Pasta das Comunicações e ganhou a dianteira na Secom, passando o ex-presidente do PT Rui Falcão em uma disputa interna.

Depois de ficar sob o guarda-chuva do Planalto durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a Secom voltará a ter status de ministério a partir de janeiro. Na segunda-feira, 26, o Broadcast adiantou que a Secretaria será dividida em cinco áreas, mais a Empresa Brasil de Comunicação (EBC): Audiovisual, Publicidade e Propaganda, Imprensa, Institucional e Comunicação Digital, esta última voltada para o monitoramento e reprodução de conteúdo para as redes sociais.

Já o deputado federal André de Paula (PSD-PE) será o ministro da Pesca. A pasta foi entregue após um acordo que entregou a PSD, União Brasil e MDB três ministérios cada, como forma de melhorar a governabilidade a partir do ano que vem.

André de Paula foi uma indicação da bancada do PSD na Câmara, que tem 42 deputados, um número considerado expressivo e fundamental para Lula aprovar os projetos de interesse do Executivo.

A cúpula do PSD e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, tentaram emplacar o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) no Ministério do Turismo, mas o nome dele foi vetado no PT pelas acusações, arquivadas pela Justiça, de violência doméstica contra sua ex-mulher.

Além destes, a deputada eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP) irá atuar como ministra dos Povos Indígenas. A primeira sinalização de que comandaria a Pasta foi dada na primeira viagem internacional de Lula depois de eleito para o Egito, onde ocorria a Conferência do Clima (COP-27). Havia a expectativa, inclusive, de que o futuro chefe do Executivo poderia anunciar o nome de Sônia Guajajara no evento, o que acabou não acontecendo.

Com a promessa de mais representatividade em seu governo, Lula escolheu uma mulher para o ministério. Na COP-27, o presidente eleito fez um discurso de reparação dos direitos dos povos indígenas e destacou a importância dos cuidados com o ecossistema em meio às discussões sobre mudanças climáticas.

Crítica ao governo de Jair Bolsonaro (PL), Sônia Guajajara destacou os problemas durante a atual gestão, e enfatizou no Egito que denunciou o atual governo pelos crimes de “ecocídio” e genocídio no Tribunal de Haia.

A futura ministra já destacou que sua pasta deve ter uma atuação mais de articulação do que de execução em 2023 e está resiliente que secretarias e órgãos importantes para esses povos, como a Funai e a Secretaria da Saúde Indígena, seguirão em outros ministérios, como ocorre hoje – nestes casos, na Justiça e Saúde, respectivamente. “Em princípio, será um ministério de articulação, até porque o orçamento de 2023 ainda não contempla o ministério”, afirmou durante uma de suas passagens pelo Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o governo de transição.

Já o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) comandará o Ministério da Agricultura e Pecuária. Fávaro coordenou o grupo técnico da Agricultura da equipe de transição e também foi coordenador de assuntos relacionados ao agro da campanha petista.

O senador, com mandato vigente até 2027, tem forte ligação com o agronegócio porque, além de ser produtor rural, foi presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). No Congresso, é atuante em pautas ligadas ao setor, apesar de não compor a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Atualmente, é relator do projeto de lei do novo marco da regularização fundiária – defendido pelo setor produtivo. Possui também experiência no Executivo, já que foi vice-governador de Mato Grosso, de 2015 a 2018.

Seu nome demorou a emplacar porque a disputa para a Pasta foi uma das mais acirradas. O ex-ministro Neri Geller (PP-MT), um dos que mais circularam pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, também era apontado como forte concorrente.

Além disso, corria por fora na banca de apostas o deputado federal reeleito Arnaldo Jardim (Cidadania-SP). Secretário do setor entre 2015 e 2018 no governo de Geraldo Alckmin, em São Paulo, e ligado ao segmento sucroenergético, Jardim contaria com o apoio do ex-ministro Roberto Rodrigues e de parte expressiva da FPA no Congresso, da qual é integrante. Foi a bancada ruralista que indicou a ex-deputada federal e senadora eleita Tereza Cristina (PP-MS) para a Pasta no governo de Jair Bolsonaro.

O último movimento para chancelar o nome de Fávaro ocorreu na última sexta-feira (23), quando a sua primeira suplente no Senado, a empresária Margareth Buzetti, se filiou ao PSD em articulação costurada pelo presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, na tentativa de não enfraquecer a bancada aliada ao governo.

Já o general Gonçalves Dias será o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ligado à Presidência da República. Homem de confiança de Lula, ele coordenou a segurança do presidente em seus dois primeiros mandatos.

“A primeira pessoa que queria chamar é o (general) Gonçalves Dias, que foi chefe da minha segurança por 8 anos e será agora ministro do GSI”, disse Lula.

Em conversas reservadas, dirigentes do PT e ministros indicados pelo partido admitem receio de que a integridade do GSI tenha sido comprometida por “ideologização” desde que o general Augusto Heleno assumiu o comando da Pasta, em 2019. Ele é um dos aliados mais fiéis do presidente Jair Bolsonaro e chegou a dizer que “infelizmente” Lula não estava doente.

Já a senadora Simone Tebet (MDB-MS) comandará o Ministério do Planejamento. O economista André Lara Resende era o favorito de Lula para chefiar a Pasta, mas recusou os reiterados convites do novo presidente.

“A próxima ministra é uma companheira que teve um papel extremamente importante na campanha. Ela foi adversária no 1o turno (das eleições) e uma aliada extraordinária no 2o turno: Simone Tebet no Planejamento”, disse Lula.

Na sequência, a futura ministra posou para a foto ao lado de Lula e do já indicado para a Fazenda, Fernando Haddad.

Para além do PPI, aliados de Simone Tebet tentaram “engordar” o Planejamento com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. O movimento foi logo barrado pelo governo eleito, que vê a oferta de crédito dos dois bancos públicos como política estritamente fazendária.

A recriada Pasta a ser assumida por Simone foi desidratada com o desmembramento do Ministério da Gestão, que cuidará do “RH do Estado” e do governo digital, enquanto o Planejamento terá foco no orçamento federal e nas ações de longo prazo.

Depois de uma campanha à Presidência da República considerada exitosa, a senadora passa a fazer parte do governo de olho na eleição de daqui a quatro anos.

Originalmente, o desejo de Simone Tebet era comandar o Ministério do Desenvolvimento Social, que ficou nas mãos do senador eleito e ex-governador do Piauí, Wellington Dias (PT).

A senadora também foi cogitada na Educação, que será chefiada pelo ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT) e no Meio Ambiente, que ficará com a ex-ministra da área e deputada federal eleita, Marina Silva (Rede-SP).

A ex-jogadora de vôlei Ana Moser também foi confirmada nesta quinta-feira como a ministra do Esporte do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ex-atleta de 54 anos é conhecida pela sua trajetória de engajamento fora das quadras, marcada pelo desenvolvimento de projetos educacionais.

Ana Moser é fundadora do Instituto Esporte e Educação (IEE), ONG criada em 2001 com objetivo de atender crianças e adolescentes com uma metodologia de esporte educacional, além de formar professores e estagiários. O órgão nasceu do projeto Ana Moser Sports, que visava a formação de atletas baseado no ensino de vôlei em escolas públicas e privadas.

Logo em seguida, o presidente do MDB no Pará, Jader Barbalho Filho, será o ministro das Cidades, pasta cobiçada pelo meio político por comandar o programa Minha Casa Minha Vida e manter interlocução com prefeitos. “O Ministério das Cidades vai ser ocupado por um companheiro, filho de um companheiro e irmão de um companheiro, o companheiro Jader Filho”, disse Lula.

O novo ministro é filho do senador Jader Barbalho (MDB-PA) e irmão do governador do Pará, Helder Barbalho (PA). Eles integram a ala lulista do MDB que foi contrária à candidatura à Presidência da senadora Simone Tebet (MDB-MS), futura ministra do Planejamento, e desejava a adesão ao PT desde o primeiro turno.

Depois dele, o senador Alexandre Silveira (PSD-MG) será o ministro de Minas e Energia a partir de janeiro. Próximo de Lula, Silveira foi diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) durante o primeiro mandato do petista, além de ter integrado o GT de Infraestrutura no governo de transição.

Do PSD de Gilberto Kassab, Silveira é aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e se aproximou mais de Lula em razão de sua atuação durante a disputa presidencial neste ano.

Inicialmente, pela forte ligação com o setor de transportes, e por ter comandado o Dnit, Silveira era o principal cotado para o assumir o Ministério da Infraestrutura.

O cenário começou a mudar, contudo, com a decisão de Lula de desmembrar a pasta em duas: em Transportes e outra de Portos e Aeroportos, para a qual foi escolhido o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB-SP). Como o Ministério dos Transportes ficou enfraquecido com a divisão, o PSD passou a ter preferência por uma pasta mais forte, como é o caso de Minas e Energia, que abriga a Petrobras.

Alexandre Silveira foi o candidato de Lula ao Senado por Minas Gerais, mas saiu derrotado. No segundo turno, ajudou o presidente diplomado a estancar a migração de votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL), papel reconhecido pela cúpula petista e agora recompensado.

Já presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, será o futuro ministro da Previdência. Lupi foi ministro do Trabalho nos governos Lula e Dilma Rousseff (PT), de 2007 a 2011.

O PDT lançou Ciro Gomes como candidato à Presidência da República neste ano e apoiou Lula no segundo turno. O presidente do PDT também já foi deputado federal e, hoje, é vice-presidente da Internacional Socialista.

O senador eleito Renan Filho (MDB-AL) será o ministro dos Transportes. Tido como uma “carta na manga” para o presidente eleito, já que também foi cotado para o Planejamento antes da definição da senadora Simone Tebet (MDB-MS) para a Pasta, o senador eleito (MDB-AL) se reuniu na quarta-feira à tarde com Lula para fechar detalhes sobre seu novo posto.

O filho de um dos maiores aliados de Lula do “velho Centrão”, Renan Calheiros, foi uma indicação do próprio MDB ao presidente eleito. Renan Filho chegou a contar com o apoio de Fernando Haddad, indicado como ministro da Fazenda, para o Planejamento. O senador eleito é economista de formação.

Logo em seguida, Lula anunciou que o deputado federal Juscelino Filho (União Brasil-MA) será o ministro das Comunicações. “Quem vai ocupar o ministério das comunicações pelo Juscelino Filho, companheiro do Maranhão”, disse Lula.

O destino do Ministério das Comunicações sofreu mais de uma reviravolta. Até a quarta-feira, estava destinado ao deputado federal reeleito Paulo Teixeira (PT-SP), mas teve de entrar na mesa de negociações. Nesta quinta pela manhã, o deputado federal Paulo Azi (União Brasil-BA), que estava encaminhado para o cargo, declinou do convite.

Antes, outro Paulo era o favorito para as Comunicações, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo (PT-PR).

Como mostrou a reportagem, ele, no entanto, foi vetado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Um quarto Paulo também chegou a ser ventilado, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que acabou alocado na Secretaria de Comunicação Social (Secom) com status de ministério.

Já a deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) será a ministra do Turismo a partir de janeiro. Daniela é casada com o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (União Brasil), que apoiou Lula e foi considerado um cabo eleitoral decisivo para estancar a vantagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral em solo fluminense.

Partido do senador eleito Sérgio Moro (PR), algoz de Lula na Operação Lava Jato, o União Brasil aceitou três ministérios para integrar a base do governo no Congresso.

Já o governador do Amapá, Waldez Góes, será ministro da Integração Nacional. Góes é uma indicação direta do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e vai representar a cota do Senado na Esplanada.

No anúncio, Lula confirmou que ele irá coordenar bancada e partido do União Brasil, e ainda agradeceu o senador Davi Alcolumbre pela “inteligência” de “encontrar” Goés para o papel.

O Ministério da Integração Nacional é disputado pelo Centrão por controlar a poderosa Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal de orçamento vultoso.

Antes, a pasta estava destinada ao deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA), mas o nome do parlamentar foi vetado pelas críticas feitas por ele ao presidente diplomado ao longo do ano. Elmar chegou a chamar Lula de ladrão e ex-presidiário.

Partido do senador eleito Sérgio Moro (PR), algoz de Lula na Operação Lava Jato, o União Brasil aceitou três ministérios para integrar a base do governo no Congresso. Além de Integração Nacional, ficou com Turismo e Comunicações.

Já o deputado federal reeleito Paulo Teixeira (PT-SP), secretário-geral do PT, comandará o ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Até a quarta, Teixeira estava encaminhado para o Ministério das Comunicações, mas teve de ceder o espaço para o PT consolidar uma aliança com o União Brasil, que controlará a pasta e mais duas da Esplanada, Turismo e Integração Nacional.

A chegada de Paulo Teixeira à Esplanada também envolve um acordo com o PCdoB. Licenciado do cargo de deputado federal, ele abre espaço para Orlando Silva (PCdoB-SP), que não se reelegeu, assumir uma cadeira na Câmara.

Ligado à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, Teixeira tentou ainda assumir a Secretaria-Geral da Presidência, que tem status de ministério e foi entregue ao deputado federal Márcio Macêdo (PT-SE), mais próximo de Lula.

Agência Estado

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