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Ibovespa tem leve baixa de 0,32%, aos 120,8 mil pontos, à espera do Copom

Foto: Freepik

A expectativa por um corte da Selic de ao menos 25 pontos-base no período da noite desta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom) assegurou ao Ibovespa certa resiliência ao dia de aversão a risco no exterior, em que prevaleceu o efeito negativo do rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Fitch, de AAA para AA+, no fim da tarde anterior. Assim, o índice fechou esta quarta-feira em leve baixa de 0,32%, aos 120.858,72 pontos, enquanto, em Nova York, a correção chegou a -2,17% (Nasdaq) e, nos mercados europeus, superou a marca de -1% nas principais praças financeiras.

Nesta quarta, a referência da B3 oscilou entre 119.797,92 e 121 251,53 pontos, saindo de abertura a 121.249,27 pontos. Moderado, o giro ficou em R$ 20,7 bilhões na sessão. No ano, o Ibovespa acumula alta de 10,14% e, na semana, 0,56%. Nas duas primeiras sessões de agosto, o índice recua 0,89%, em baixa na terça como nesta quarta, após ter encerrado julho com ganhos em sete das oito últimas sessões do mês, desde o dia 20.

“O mercado se ajustou hoje, desde cedo, ao rating mais baixo dos Estados Unidos, que perdeu o triplo A da Fitch. O rebaixamento deixou as bolsas na defensiva desde a sessão asiática, o que se estendeu aos negócios na Europa e nos Estados Unidos”, diz Helder Wakabayashi, analista da Toro Investimentos, mencionando também a reação a mais uma forte leitura sobre a geração de vagas de trabalho nos EUA, da ADP referente a julho, no momento em que o mercado vinha se preparando para a possibilidade de uma nova pausa, do Federal Reserve, no processo de elevação dos custos de crédito na maior economia do mundo.

“Os dados de ADP em julho vieram muito fortes, o que reaviva a expectativa por aperto monetário no Federal Reserve. O ritmo de juros nos Estados Unidos segue no foco. Assim, o ADP foi o grande ‘urso’ do dia ao lado do rebaixamento da nota dos Estados Unidos pela Fitch”, diz Dennis Esteves, sócio e especialista da Blue3 Investimentos.

Na sexta-feira, os mercados globais conhecerão o relatório oficial sobre o mercado de trabalho americano em julho, ao qual o ADP não costuma mostrar correlação forte apesar do interesse com que é acompanhado pelos investidores.

Aqui, a expectativa se concentra na grande possibilidade de o Copom cortar a Selic entre 25 e 50 pontos-base, mas tal efeito positivo sobre o apetite por risco teve o contraponto, na sessão, do reavivamento dos temores de que os Estados Unidos possam, de fato, estar a caminho de uma recessão.

“Esse rebaixamento da nota de crédito é como se fosse uma pontuação de confiança financeira. As consequências imediatas do rebaixamento até que são leves, mas podem se agravar. Três agravamentos possíveis: dívidas mais caras para os Estados Unidos, depreciação do dólar, e o impacto na economia real, com nível de confiança menor para empresas e consumidores”, diz André Luiz Rocha, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Dessa forma, na segunda sessão de agosto, o tom que se impõe desde o exterior é um pouco diferente do que prevaleceu em julho, quando o apetite por risco foi estimulado por sinais de uma possível inflexão do Federal Reserve em relação aos juros americanos, e uma perspectiva também marginalmente mais positiva sobre a economia chinesa, na expectativa por estímulos, o que de certa forma foi reforçado pelas leituras ainda fracas sobre os índices de atividade da segunda maior economia do mundo, no mês

“Em julho, os dados de inflação, de atividade e mercado de trabalho sinalizavam um ‘soft landing’ para os Estados Unidos, uma retomada da economia com a queda da inflação, melhor do que todo mundo esperava. Foi um mês muito positivo, o que ajudou os mercados de risco em geral, o que inclui as ações no Brasil e também as commodities. A China, de que se esperava uma grande retomada, ainda está devagar. E, na reunião do Politburo, o que veio de iniciativas foi muito pontual – nada de bazuca”, diz Ricardo Campos, CEO da Reach Capital.

“Tem um espaço ainda para a Bolsa subir com a queda de juros, que não devem cair tanto assim – mas é o primeiro vagão do trem. Os gringos continuam vindo e a Bolsa só não subiu mais em julho porque teve uma série de ‘follow on’ de empresas, recolhendo todo esse dinheiro”, acrescenta Campos.

À espera do Copom, o dia foi misto para as ações de grandes bancos, com destaque para Bradesco, embora bem moderado no fechamento (ON +0,20%, PN +0,42%), e negativo para as ações de commodities (Petrobras ON -0,70%, PN -0,23%) e também para o setor metálico (Vale ON -1,63%, CSN ON -2,92%).

Na ponta do Ibovespa, Cogna (+3,31%), JBS (+2,52%) e Cyrela (+2,47%). No lado oposto, Cielo (-9,15%), Locaweb (-5,13%) e Magazine Luiza (-2,92%), além de CSN (-2,92%).

Agência Estado 

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