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Fortaleza é selecionada para novo programa da Bloomberg e receberá US$ 1 milhão para investir em ciclofaixas

Foto: Marcos Moura

Referência em mobilidade urbana sustentável, Fortaleza é a grande vencedora do novo programa da Bloomberg Philantropies que incentiva a priorização da bicicleta como meio de deslocamento a partir de inovação da malha cicloviária, que prevê reforço na segurança para os ciclistas e mais conexões entre as infraestruturas. O resultado, divulgado nesta sexta-feira (02/06) pela própria instituição, reafirma o compromisso da gestão municipal em garantir um ir e vir mais seguro aos ciclistas em seus deslocamentos diários.

O Bloomberg Initiative for Cycling Infrastructure (Bici), em parceria com a Global Designing Cities Initiative (GDCI), selecionou 10 cidades de todo o mundo para participar do programa. Os selecionados receberão financiamento para promover inovações na infraestrutura cicloviária existente e assistência técnica na concepção de novas ciclovias e ciclofaixas pelos próximos três anos. Como primeiro lugar mundial, Fortaleza também é a única cidade brasileira selecionada pelo Bici e vai receber 1 milhão de dólares em investimentos nas estruturas cicláveis.

“É um imenso orgulho ver Fortaleza em primeiro lugar entre as dez cidades selecionadas, pois estamos trabalhando forte para incentivar a ciclomobilidade na cidade, investindo em inovação para promover a saúde e o bem-estar de nossos moradores. Com esse investimento, vamos implantar 180 quilômetros de ciclofaixas e alcançar a marca de 600 quilômetros na Capital. Temos hoje 192 estações do Bicicletar e chegaremos a 210 até 2024”, celebrou o prefeito José Sarto.

O objetivo do programa Bici é tornar a utilização das bicicletas cada vez mais fácil aos residentes, além de ajudar a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, reforçar a saúde pública e aumentar as oportunidades econômicas.

Como destacou o presidente da Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza (Citinova) Luiz Alberto Sabóia, a proposta de Fortaleza envolve não apenas a qualificação da malha cicloviária da cidade, mas também uma série de ações inovadoras para o modal, buscando o desenvolvimento de uma política pública viária baseada em dados e preocupada com o bem-estar do ciclista.

“A proposta de Fortaleza vai para além da malha cicloviária, pois envolve, além da infraestrutura, que será ampliada e conectada, a inovação com a coleta de dados sobre o uso de bicicletas da cidade. Esses dados serão usados para orientar a formulação de novas políticas cicloviárias, além de uma série de abordagens com plataformas digitais, aplicativos específicos para os ciclistas, e também a colaboração com a iniciativa privada e a busca por novos públicos para o modal”, informou Sabóia.

Dentre os critérios de seleção, foram avaliadas as propostas mais ambiciosas e inovadoras para o segmento. “A ideia é alcançarmos uma maior adesão do público mais vulnerável, como crianças, idosos, mulheres, pessoas com deficiência e transportadores de carga. Almejamos que a bicicleta seja identificada como um meio de transporte acessível para todos”, esclarece Antônio Ferreira, superintendente da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC).

Proposta de Fortaleza

O objetivo da proposta de Fortaleza – liderada pelo Laboratório de Inovação de Fortaleza, da Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza (Citinova), em conjunto com a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) – é conectar e proteger suas infraestruturas cicloviárias e chegar a um total de 600 km até 2026, tornando a utilização das bicicletas cada vez mais fácil e segura aos residentes, priorizando perfis mais vulneráveis.

O trabalho será apoiado em quatro eixos: revisão de parâmetros, desenho de infraestruturas, dados e engajamento. A meta é construir uma visão comum de cidade ciclável, alcançando uma maior adesão de públicos mais diversos.

Além do financiamento para viabilizar essas propostas, a capital cearense receberá assistência técnica da GDCI no desenvolvimento de projetos, design de instalações para ciclismo, coleta de dados e envolvimento dos residentes. “Como resultado da participação de Fortaleza nesse ambicioso programa, esperamos ver novos tipos de ciclistas na cidade, de todas as idades, aqueles que atualmente não são incentivados por muitas razões como, conforto, segurança, proteção e conexões”, destaca a coordenadora da Gestão Cicloviária da AMC, Priscila Diniz.

Conquistas

Avançando na priorização dos modos de transporte sustentáveis, a Prefeitura de Fortaleza bateu recorde na implantação da malha cicloviária nos últimos anos. Atualmente, a cidade possui 419,2 km de deslocamento seguro para o ciclista, um aumento de 516% quando comparado aos 68 km de infraestrutura existentes no final de 2012. A ampliação reflete significativamente na qualidade de vida e segurança para os usuários mais vulneráveis.

De acordo com o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), Fortaleza é a capital brasileira onde as pessoas vivem mais próximas à infraestrutura cicloviária com 51% dos habitantes morando a menos de 300 metros de alguma ciclovia, ciclofaixa, ciclorrota ou passeio compartilhado. Além dos espaços exclusivos para a circulação dos usuários de bike, a cidade possui também 192 estações do Bicicletar e 12 do Mini Bicicletar. São mais de 1.300 bicicletas para atender mais de 400 mil usuários cadastrados.

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