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Fortaleza: André Fernandes promete ser a “saída” da velha política e o retorno do bolsonarismo

Foto: Gabriel Amora

Por Gabriel Amora

A presença do ex-presidente Bolsonaro (PL) em Fortaleza é sempre acompanhada de muito calor. Esteve nublado o dia todo, mas exatamente no momento em que abriram os portões do Ginásio Paulo Sarasate, começou uma chuva que, após 15 minutos, se encerrou. Consequentemente, subiu um mormaço daqueles.

Logo, a região da Avenida Heráclito Graça, trecho conhecido em todo o Estado por ficar completamente alagado quando chove, principalmente agora, que segue em reforma, ficou inundada, com sujeira e lama para todos os lados.

Após o pouso do ex-presidente em terras alencarinas para realizar a campanha oficial da candidatura de André Fernandes, a motociata começou. Do aeroporto Pinto Martins até o Ginásio, os aliados de Bolsonaro demoraram aproximadamente 1h30, exatamente o período que os outros seguidores do ex-gestor custaram para chegar no evento.

Foi divulgado que teria leitura de QR Code. Até teve nos primeiros 20 minutos, depois disso, qualquer um poderia entrar. O Ginásio estava calmo, mas foi lotando aos poucos. Muito idoso, criança e pessoas da periferia. Classe média/alta/convidados do pré-candidato tinham uma área específica para acompanhar de perto o ex-presidente. Tentei entrar para fotografar, logo gritaram: “O que você está fazendo aqui?”, um medo bolsonarista padrão que sempre se repete.

Foto: Gabriel Amora

Dessa vez, porque havia, supostamente, um infiltrado, ou mais de um, furtando celulares. Parecia uma micareta: muita música alta, muita gritaria, muita gente usando a mesma roupa, como se fosse um abadá, e muita reclamação de roubo. “Estou me sentindo insegura”, disse uma senhora ao lado. A partir disso, durante o evento, o orador principal pediu para o DJ desligar o som repetidas vezes no intuito de pedir cuidado pois, aparentemente, teria um petista infiltrado “fazendo a festa”. Foram relatados furtos de pelo menos 17 aparelhos de telefone celular.

Quando as lideranças bolsonaristas chegaram, o assunto se encerrou. Bolsonaro estava acompanhado de André, protagonista do evento, Carmelo Neto, Nikolas Ferreira, Inspetor Alberto, Dra. Silvana, vereadora Priscila Costa, e dos senadores Magno Malta, Marcos Rogério e Filipe Barros. A expectativa era a de que André e Carmelo fossem para uma coletiva. Depois de muita espera (e calor), a assessoria do Partido Liberal disse, sem papas na língua: “O presidente não vai dar entrevista, então também ninguém vai. Decisão dele”.

Já durante a fala no evento, Bolsonaro expressou seu apoio a André ao chamá-lo de “futuro” da capital cearense. Ele destacou sua “enorme” satisfação em participar da festa, desejando, como costuma, que Deus iluminasse a vitória da direita na Capital.

Foto: Gabriel Amora

O curioso é que André, que conta 26 anos, apresenta uma figura distante de seu antigo aliado, e atual concorrente, Capitão Wagner (UB), que outrora foi protegido de Bolsonaro. André provoca, faz críticas e promessas, mas em um tom elevado, com muito grito, choro e cheio de previsões arriscadas. “Nikolas vai ser o sucessor de Bolsonaro”, disse sob muitos aplausos da plateia e poucos do palco.

Wagner, que busca essa nova faceta distante do bolsonarismo, evita citar seu antigo padrinho. André dedica sua trajetória política ao ex-presidente ao contar toda a história da amizade que começou em 2016, quando tinha menos que 20 anos e foi aconselhado por Bolsonaro: “Entre na política. Você vai salvar o Ceará”.

André representa uma saída da direita em Fortaleza. O intuito, com as presenças políticas, é manter vivo o bolsonarismo na Capital cearense, algo que CW não busca realizar, diferentemente da persona de antigamente. Enquanto André quer manter a chama do patriotismo e conservadorismo viva, CW, um pouco mais tímido, se assume como o pré-candidato da oposição, tanto pedetista, como petista. E não se denomina como a direita salvadora, coisa que André faz.

2024 promete.

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