Átila Varela
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Exclusivo. A VCI S.A, investidora do Hard Rock Hotel Fortaleza, anunciou mudanças em sua composição societária. Samuel Sicchierolli, CEO da empresa, passa a ser majoritário da companhia.
Antes o executivo detinha 50% de participação, enquanto outro sócio respondia por 45%. O restante, cerca de 5%, seguem sob o controle de acionistas.
“O movimento foi estratégico e até certo ponto natural, a VCI precisava focar nos seus projetos com a Hard Rock mas haviam outras oportunidades no mercado que não podiam ser exploradas, por isso fez sentido o spin-off e a ampliação de minha participação na companhia, para manter o nosso foco principal nas grandes incorporações da marca americana com quem temos hoje R$ 6 bilhões de VGV em desenvolvimento” disse Sicchierolli.
Em entrevista ao Focus, o executivo detalhou a operação e os próximos planos da VCI no País.
Focus – O que se pode esperar deste novo momento da VCI?
Samuel Sicchierolli – Continuaremos seguindo com os investimentos. Não muda nada com relação aos projetos.
Focus – Como estão as vendas do Hard Rock Hotel Fortaleza?
Samuel – Vamos cruzar, no meio do ano, R$ 1 bilhão em vendas. É um número bastante expressivo. Exige uma dedicação enorme. No primeiros quatro meses (de 2021), atingimos R$ 110 milhões em vendas. O VGV de Fortaleza é R$ 1,3 bilhão. Ainda temos R$ 300 milhões de estoque. Estamos supermotivados. Lembramos que 25% da venda dos imóveis no Ceará é nossa.
Focus – A que se deve esse resultado?
Samuel – Na prática, com a pandemia, acabamos sendo a única empresa do mercado com um sistema online efetivo e padronizado de ponta a ponta. Esses 25% do mercado são mais em função de a gente ter conseguido as vendas pela internet, visto que o mercado está com restrições.
Meu pensamento é mais de longo prazo. Na hora que acabar a pandemia, esse percentual será diluído com a retomada do mercado. Lógico que a venda online é importante, mas ela não pode ser considerada o único canal. Temos outros canais, inclusive.
Focus – Por que instalar um novo hotel com bandeira Hard Rock no Ceará, especialmente me Jeri?
Samuel – É algo que devemos lançar daqui a três anos. Existia uma questão contratual da marca, que é mundial, de não ter dois hotéis no mesmo estado. Isso, na visão deles, criaria uma canibalização do produto. Em um primeiro momento, fizemos o projeto e buscamos o terreno sem dizer qual marca seria. Mostramos para eles ( representantes americanos do Hard Rock).
Trouxemos eles para cá (Ceará). Pegamos um helicóptero, pousamos em Lagoinha (Paraipaba) e depois seguimos para Jericoacoara. No fim, disseram: ‘realmente faz sentido’. Eles gostaram muito da negociação. Felizmente entenderam a estratégia. E nós acreditamos muito em Jeri.
Focus – Outras bandeiras internacionais procuraram a VCI?
Samuel – Sim, inclusive várias outras empresas que pretendem entrar no Brasil e algumas com projetos no País, mas com dificuldade em vender.
Uma marca que nos procurou é especializada em hotéis menores, mas de altíssimo luxo. Outra focada no público LGBTQI+, com expertise e demanda no Caribe e nos EUA. São vários grupos grandes que estão de olho nesse mercado (multipropriedade), mas esse modelo precisa de ajustes e nuances. Tem toda uma estratégia para criar o desejo no consumidor. Não estamos vendemos um hotel, mas sim uma experiência.