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Elbia Gannoum, da ABEEólica: “Ceará vai reverter baixa contratação de energia eólica em até seis meses”

Elbia Gannoum. Foto: Reprodução

A baixa produtividade e contratação de investidores fez com que o setor de energia eólica do Nordeste entrasse em estado de alerta. Em março, a fabricante de pás eólicas Aeris – o maior player da América Latina em seu segmento – da unidade localizada no Pecém, demitiu 1.500 pessoas, após o fim do contrato com Siemens Gamesa, empresa hispano-alemã de engenharia eólica.

Para a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), Elbia Gannoum, os contratos para construção de novas plantas estão reduzidos há três anos.

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), já de 2024, mostram que o Estado possui 100 parques eólicos que geram 2.577 MW de potência.

E outros 72 empreendimentos, em construção ou obras não iniciadas, como capacidade contratada de 2.876MW. Há ainda mais de 20 empreendimentos de eólica offshore esperando licenciamento do Ibama que vão gerar 64,9 GW dentro oceano.

Por tanto, o Ceará vai reverter a crise energética em até seis meses com a contratação de novos investidores. É o que revela Elbia, em entrevista para o Focus. Confira:

Qual a situação do Ceará na produção de energia eólica?

“O Ceará é um estado muito importante em termos de potencial de energia eólica. Foi o primeiro estado a desenvolver energia eólica no início dos anos 2000. Além disso, no Ceará há fábricas de componentes de aerogeradores. Uma coisa é ter um parque eólico instalado com geração de energia, outra coisa é a cadeia de produção. E o Ceará tem cadeia de produção muito relevante, que é a Aeris e a Vestas, que produz as turbinas. Hoje, temos uma redução conjuntural muito forte do mercado.”

Como essas baixas contratações podem afetar o mercado cearense?

“Não havendo contratação e venda de energia para projetos novos, não há pedido do chão de fábrica. Por isso que algumas estão reduzindo o número de funcionários. Sem as contratações, as empresas reduzem a produção e tem dificuldades de esperar a crise passar. Por isso, precisa fazer algumas demissões, como é o caso da Aeris. Pelos próximos três ou seis meses, já prevemos uma retomada dos contratos. Então, até este ano vamos conseguir reverter essa situação.”

Qual a posição do Governo Federal mediante a crise nos investimentos?

“O setor elétrico no Brasil é bem regulado e estruturado. Grande parte dos investimentos vem do setor privado, pois o Brasil estado não tem dinheiro suficiente para suprir o investimento. O papel principal do país é criar as normas, as leis e as regras. E isso já está pronto. A partir dessa regulamentação, há grandes chances de atrair mais investimentos e de crescer.”

Quais medidas devem ser tomadas para reverter a baixa produção do Nordeste?

“O governo tem trabalhado em projetos para aumentar os investimentos, e consequentemente, vão trazer novamente emprego e renda pra região Nordeste. A Região é a que mais concentra energia eólica. Nós chamamos de política industrial verde. Já tem algumas leis no Congresso, como o projeto de lei do hidrogênio verde, do eólica offshore. Tudo isso vai trazer investimentos para o Nordeste. E esperamos que tudo aconteça ainda este ano.”

 

Qual o tamanho do mercado de energia eólica no Ceará e como a crise na Aeris liga o sinal de alerta?

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