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Economia e consumo consciente: como vai avançar no Brasil? Por Pamela Paz

Pamela Paz é CEO do Grupo John Richard, detentor das marcas: John Richard, maior empresa de assinatura de móveis para escritórios do Brasil, e Tuim, primeira empresa de móveis residenciais por assinatura no país. Economista com especialização em Gerenciamento Financeiro e Estratégia, a empresária há 11 anos transforma espaços em experiências únicas, repensando a forma do consumo de móveis. Pamela integra também o programa de empreendedoras Winning Women Brasil da EY. Foto: Divulgação

Produzir menos lixo, planejar as compras, conhecer a origem e os processos de fabricação dos produtos que adquirimos, entender os impactos que eles causam ao longo de toda sua vida útil. Da extração da matéria-prima ao descarte final, essas são algumas simples atitudes que colaboram com o consumo consciente, também conhecido como consumo sustentável.

Segundo a Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2021, desenvolvida pelo Instituto Akatu em parceria com a GlobeScan, 86% dos brasileiros desejam reduzir seu impacto individual sobre o meio ambiente e a natureza. Mas, afinal, como ser contrário ao paradigma comportamental de consumo imediatista?

O consumo consciente nada mais é do que um exercício diário que envolve repensar todos os nossos hábitos de consumo. Porém, embora a agenda ESG esteja em alta desde 2020, ainda há um processo árduo para que o consumo sustentável, de fato, fortaleça a economia brasileira. Inicialmente, o consumidor precisa ter em mente que as famosas compras por impulso, estimuladas pelas empresas e, principalmente, pela mídia, são as vilãs do consumo consciente. Quem começa a controlar o consumo, além de reduzir os impactos ambientais, faz diferença para o bolso.

Um ponto positivo é que as novas gerações priorizam marcas ambientalmente mais atuantes, ainda que sejam mais caras. Intitulada a geração da sustentabilidade, a Geração Z, além de mais propensa a tomar decisões de compra com base em valores e princípios, também é a mais consciente em seus hábitos de consumo. Eles estão mais atentos às suas escolhas e, consequentemente, empresários e investidores deverão ouvir e mapear atentamente estas novas gerações para entender e atender suas reais necessidades e conseguir apoiá-las.

Outro ponto de reflexão é que o próprio consumo mundial, além de mal distribuído, está descontrolado: cerca de 20% da população mundial concentra o consumo de 80% de todos os produtos e serviços do planeta, segundo um levantamento do Akatu. Isto demonstra o quanto esse olhar atento ao consumo consciente, se tornou cada vez mais relevante para a construção e promoção da Economia Circular.

Mas, de fato, como avançarmos o consumo consciente no Brasil? Inicialmente, o ecossistema de negócio brasileiro deve estabelecer ambições claras vinculadas a agenda ESG, a partir de KPIs que compreendam essa transformação como uma jornada que necessita de inovação e consistência. Além disso, o mercado brasileiro precisa do apoio de todos os setores – público, privado e sociedade. Estas entidades possuem papel fundamental na disseminação do ESG e, principalmente, na mudança de mentalidade da população. O caminho ainda é longo, mas estamos na rota.

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