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De polarização em polarização, vamos sobrevivendo; Por Justino Barros

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De polarização em polarização vamos sobrevivendo.

Estamos vivendo uma mesmice danada. Quem gosta de lula gosta de lula e quem gosta de Bolsonaro gosta de Bolsonaro. Isso se reflete nas pesquisas.

A nova pesquisa da Atlasintel divulgada no dia 7 de maio, traz o espelho dessa realidade e, como toda boa pesquisa, é uma foto de momento e de um contexto, mas apresenta pistas preciosas do que pode acontecer. Eu disse pode, que fique muito claro, afinal só quem pode cravar realmente o que vai acontecer no futuro é a mãe Diná, não é mesmo?

Então vamos lá! Dados já amplamente divulgados, mostram que a aceitação de Lula e de Bolsonaro não variaram significativamente. A aprovação do governo de Lula teve recuperação, mas apenas o trouxe ao seu patamar histórico de medições anteriores

No recorte do segundo turno da eleição passada vemos que há pouca ou nenhuma variação no eleitorado

Noticia boa para Lula
Das 16 áreas de gestão analisadas pela pesquisa Lula é melhor que Bolsonaro em 12, empata em uma e perde em 3.

Porém seu desempenho vem caindo em relação ao início do governo.

O que deve servir como alerta porque, se a tendência continua, há claramente a possibilidade da situação se inverter.

Chamo a atenção para o item Justiça e combate a corrupção que, aos olhos do eleitorado, é o principal problema do país, e que é um dos 3 pontos em que Bolsonaro se mostra melhor na percepção do eleitorado do que Lula.

Em praticamente todos os recortes, a criminalidade e a corrupção são os principais problemas na avaliação da população e com uma diferença  muito grande em relação ao terceiro lugar

E não há uma mudança na percepção da população em relação a estes dois assuntos.

Neste aspecto mesmo com a reestruturação do combate à criminalidade promovido por Flavio Dino e Ricardo Lewandowski, o governo parece não estar conseguindo colher os frutos. A população não percebe melhoria nos temas

Quanto à avaliação dos políticos a pesquisa traz algumas informações bem interessantes. Ciro Gomes parece realmente condenado a um canto na história. Quem como eu votou nele em 2018, achando que estava se criando uma alternativa real de terceira via e hoje observa Ciro Gomes como um balde d’agua nas margens do rio da história, com uma avaliação pior que Michele e Zema, não sabe nem o que dizer.

Olhando a parte de cima da disputa, a grande atenção deve ser destinada a Tarcísio de Freitas com seu esforço moderador (será?). Consegue imprimir bons números de aceitação, inclusive melhores dos que os de Bolsonaro, sua avaliação de imagem positiva está muito próxima a de Lula e sua avaliação negativa muito menor. Quando comparado a Bolsonaro a distância fica maior ainda.

Dessa forma, observamos que o governo Lula vem imprimindo um ritmo muito forte de reformas, mas claramente ainda não conseguiu tirar proveito disso, pelo menos no que diz respeito a sua imagem. Seus números de um modo geral permanecem muito parecidos com os da última eleição, a pesquisa no entanto, traz algumas ideias.

1. Quem quiser ter melhorias de imagem terá que abordar os temas da corrupção e segurança de uma forma mais efetiva.

2. A comunicação está ineficiente dos dois lados, se por um lado Lula não consegue tirar proveito das reformas que fez, o lado Bolsonarista só consegue no máximo neutralizar os esforços do governo em crescer, não conseguindo avançar sobre a base de Lula.

3. Terceira via ainda é um sonho, no momento, não há uma alternativa que consiga fugir dos posicionamentos políticos que disputaram as últimas eleições.

Justino Barros é articulista do Focus, graduado em economia pela a UFC, especialista em marketing e trade marketing e Diretor da Prodados Pesquisa.

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