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Caldeirão da política na fervura empurra Cid Gomes para o PT

Cid Gomes no PT? Pois é. A cada dia, o que era inimaginável há apenas alguns meses ganha contornos nítidos. Em boa parte, por intensa imposição das circunstâncias e variáveis políticas que nenhum dos atores desse enredo é capaz de controlar.

Com a convivência no PDT inviabilizada, há de se convir que o caminho natural do senador e sua área de influência seria a filiação ao PSB. Porém, há um porém: a direção nacional da sigla reafirma o compromisso de apoiar a reeleição de José Sarto, do PDT, em Fortaleza, no ano que vem (leiam aqui).

Não é à toa o movimento oriundo do terceiro andar do Palácio do Planalto que teve Camilo Santana como o meio para tornar público: o ministro verbalizou para a imprensa que Lula abre as portas do PT para Cid Gomes. O fato causou rebuliços no PT. De cara, gerou uma reação do líder de Lula na Câmara, José Guimarães afirmando que “há ritos” a seguir para uma fliação desta envergadura ao petismo. Leia-se como um veto. Ou a tentativa de vetar (veja aqui).

Na sequência, o governador Elmano de Freitas em pessoa declara as boas vindas para Cid no PT. Logo depois, surge o líder do PT na Assembleia, De Assis Diniz, para soltar uma pérola política que, na prática, reverbera a fala de Guimarães: “Uma coisa é um convite ao senador. Uma coisa é um convite ao bloco”. Ou seja, para o deputado, Cid no PT só se for divorciado do grupo de parlamentares e prefeitos que lhe dão musculatura política.

Em meio à dinâmica dos acontecimentos, o presidente do PSB do Ceará, Eudoro Santana, anuncia que vai a Brasília se reunir com a direção nacional da sigla para tentar desfazer o acordo com o PDT de Sarto, Roberto Cláudio e Ciro Gomes em Fortaleza. Trata-se de um acordo que, supõe-se, foi firmado antes da entrada de Eudoro no partido. Convém não tratar disso como fato consumado.

Como um fato gera outro, na escalada dos acontecimentos, Cid Gomes disse que vai conversar com o presidente Lula a respeito do convite para se abrigar no PT (leia aqui). Não duvidem: Lula não é o tipo de político que dispensaria tal filiação. Por vários motivos. Entre eles, o seguinte que considero de grande importância no contexto: Cid brigou com o irmão Ciro, o mais duro crítico de Lula, para ficar ao lado do PT no Ceará.

É um quadro confuso e que deixa bastante aberto o jogo político com vistas as eleições do próximo ano.

A história partidária de Cid Gomes no Ceará é bem conhecida. Desde que saiu do PSDB ainda em 1995, por onde andou, exerceu papel de proeminência e manteve o comando de um coeso grupo político. Tudo evidentemente facilitado por uma cultura partidária frouxa e devotada ao poder de plantão. Evidentemente, que não é essa a característica do PT. Eis a questão.

O fato é que Cid Gomes precisa de um partido. E com certa urgência. A preço de hoje, o PSB não é um abrigo seguro diante desse acordo com o PDT em Fortaleza. Ficar sem partido quando uma eleição municipal se avizinha é extremamente arriscado para o senador. Para que Cid mantenha sua força política, é absolutamente imperativo um abrigo partidário seguro e hospitaleiro para com ele e os seus.

 

 

 

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