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Lockdown em Fortaleza: “Comércio está sendo usado como bode expiatório”, diz Freitas Cordeiro

Freitas Cordeiro é empresário e líder classista. Foto: divulgação.

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

Após o governador Camilo Santana anunciar, na noite de quarta-feira, 3, mais um lockdown em Fortaleza, válido de sexta-feira, 5, até o dia 18 de março, Freitas Cordeiro, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE), disse compreender a necessidade da adoção de novas medidas para conter o avanço do coronavírus, mas afirmou categoricamente que os estabelecimentos comerciais não têm sido focos de contaminação.

“Quando você usa o comércio como bode expiatório, você está dando uma resposta, mas não está resolvendo o problema”, disse Cordeiro. “Trago comigo o convencimento de que o comércio varejista é um dos locais onde menos existe infecção. Obedecemos todos os protocolos sanitários e não temos tido contaminação”, ressaltou o empresário ao Focus.

Cordeiro diz ainda que, em vez do fechamento das lojas, o ideal seria estender o horário de funcionamento para reduzir a concentração de pessoas. “O grande problema é que a pandemia está se expandindo, mas a contaminação ocorre nas aglomerações em espaços públicos e privados, em eventos. O histórico diz que ali é que há a infecção. Então sempre me incomodou atribuir isso ao comércio”, disse.

Apesar de discordar da amplitude das restrições, o presidente da FCDL-CE diz que o decreto não foi uma surpresa. “A mim não foi uma surpresa. O quadro está se agravando e o governo precisava adotar alguma providência. O que me entristece é saber que um lockdown do comércio não resolve essa situação”.

Sobre o fôlego das empresas para enfrentar mais um período sem poder funcionar, Cordeiro faz uma analogia com a área da saúde. “O lockdown está levando a empresa para UTI. E você tem que ter o mínimo oxigênio, se não ela morre. Não dá para achar que você vai fechar por 15 dias e depois sobreviver como se nada tivesse acontecido. Assim como um paciente na UTI, um dia sem oxigênio pode levar à morte”, diz.

“Quando você fecha uma loja, você está penalizando várias pessoas, não só é empresário. É preciso que haja essa consciência. O que me preocupa é o suporte que vai ser pensado para essas empresas, até porque são elas que dão suporte ao Estado”, diz Cordeiro.

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