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2024. Cid e Fortaleza. Por Ricardo Alcântara

Ricardo Alcântara é publicitário, escritor e colaborador do Focus. Foto: Divulgação

Com bom nível de equilíbrio entre clareza e leveza – isto é, de forma direta, porém não agressiva – Cid Gomes soltou na mesa algumas cartas fora do naipe que tem definido os rumos eleitorais do bloco de centro esquerda em Fortaleza.

Foi durante uma fala no prestigiado ato de sua filiação que o senador explicitou sua discordância com o plano de lançar à prefeitura da capital uma candidatura originada no mesmo partido do presidente e do governador, o PT.

Argumentou pela diversidade, em que a abertura de espaço para o protagonismo de outros partidos não dilui, mas antes fortalece o projeto central da centro esquerda no Ceará e o fez lembrando o êxito das experiências mais recentes.

Ora, vamos raciocinar. O principal condutor do processo que Cid critica – um hegemonismo partidário do PT – é seu principal aliado, Camilo Santana, que estava ali, de corpo presente, escutando cada uma daquelas palavras.

Não creio, por entender que a relação entre ambos é bem ensaiada, que Camilo estivesse ouvindo aquilo pela primeira vez. Posso ainda, no limite razoável de uma conjectura, supor que o ministro não descarta por completo a tese defendida por Cid.

Ainda bordejando a questão eleitoral de Fortaleza, o personagem central da festividade repetiu, embora fraternalmente, o resmungo contrariado com a decisão de Evandro Leitão em se filiar ao PT antes que ele, Cid, tivesse definido seu próprio destino partidário.

Por outro lado, acendeu incensos para a adversária interna de Evandro na luta pela indicação petista, Luizianne Lins, a cujo apoio em 2026 creditou uma importante parcela de contribuição para sua vitória na disputa pelo governo do estado.

A vitória de Elmano logo no primeiro turno negou a ele, Cid Gomes, a oportunidade de um protagonismo já programado para o segundo turno, quando as circunstâncias lhe permitiriam explicitar com mais desenvoltura o peso de seu apoio ao candidato do PT.

Agora, com o bom desfecho da filiação dele e de seu numeroso grupo de prefeitos ao PSB, Cid voltou a ocupar o proscênio e o fez marcando uma posição diferenciada na leitura da conjuntura eleitoral – uma afirmação de força própria.

Talvez não seja necessário lembrar que o senador, agora não mais da bancada do PDT, é reconhecido por uma acurada capacidade de leitura conjuntural e boa disposição para produzir convergências. É agora que o jogo de 2024 começa.

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