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Taxa do lixo suspensa e Mercedes desgovernada fazem Sarto pagar fatura política salgada

Foto em estilo selfie mostra o prefeito José Sarto sorrindo ao lado da bicicleta.

No mesmo dia em que saiu decisão judicial suspendendo a taxa do lixo da Prefeitura de Fortaleza, o prefeito José Sarto (PDT) jogou acidentalmente sua Mercedes Benz C300 sobre um canteiro central, numa via do Eusébio, cidade na qual reside. Não é pouco para uma gestão que já vem se mostrando capega e muito questionada praticamente desde o seu início.

A votação ruim de Roberto Cláudio, que foi o candidato in pectore de José Sarto ao Governo, entre os eleitores da Capital na disputa de 2020 é a sinalização mais clara da baixa popularidade da gestão. RC só ganhou em uma única seção da cidade.

Uma nova sequência negativa de fatos chega em momento especialmente delicado para o gestor. Sarto está politicamente isolado, no Ceará e em Brasília, desde que o petista Elmano de Freitas venceu com folga e no primeiro turno as eleições para o Governo do Ceará e Ciro Gomes amargou uma dura derrota (aqui e no Brasil) na disputa presidencial.

Algum tempo após aquela eleição, até que José Sarto aparentou ter despertado para as imensas demandas que se apresentavam e passou a se mostrar mais ativo e menos ausente na Prefeitura, mas as circunstâncias políticas o levaram a uma desgastante troca de farpas em série tanto com o governador quanto com o ministro Camilo Santana.

O modo gelado e relâmpago como Elmano de Freitas o cumprimentou em recente encontro em um evento público (vejam o vídeo abaixo) fala mais que mil palavras acerca de como anda a relação. Não custa lembrar: o papel do Estado para a Prefeitura é muito importante. Desde 2008 que não se elege prefeito da Capital sem que o vencedor não esteja montado em uma firme aliança com o governador de plantão.

Para prejuízo de sarto, muito mais relevante que a árvore derrubada e a perda total do carro no Eusébio (não há indicativos de outras vítimas e o prefeito não se feriu), foi a suspensaão da taxa do lixo. A Prefeitura não divulgou, mas já era óbvia uma significativa inadimplência enquanto a taxa estyeve em vigor.

Claro: muitos  cidadãos não costumam pagar um novo imposto com tantos questionamentos jurídicos e uma cerrada campanha da oposição contra a a taxa. Preferem ver no que vai dar. Não pagar para ver, mesmo se arriscando a ter que engolir as tradicionais multas e juros.

Agora, com a decisão judicial, mesmo que provisória (o mérito ainda será decidido), a desconfiança da população aumenta muito. Principalmente quando se sabe que há outras instâncias judiciais a percorrer além da individualidade de um magistrado. Pior: se o mérito for julgado contra a Prefeitura, o município terá que devolver o que conseguiu arrecadar com a taxa até aqui.

Bom, o fato é que o prejuízo está faturado numa administração com cofres minguados e sem amplitude política que facilite driblar a fragilidade do caixa próprio através do fluxo financeiro que pode se dar de fora para dentro.

Além disso, dificilmente os pedidos de empréstimos recentemente projetados pela Prefeitura vão ser finalizados no tempo que tanto a gestão quanto a política demandam. O processo de liberação de empréstimos internacionais depende da boa vontade do Ministério da Fazenda e, depois, do Senado. Isso leva tempo e muito esforço político.

Declarado candidato à reeleição, com pouco tempo para dar popularidade à gestão, Sarto sofrerá mais pressão para não disputar novo mandato. Há sempre a sombra do ex-prefeito e patrocinador de sua vitória em 2018. Parte do mercado político aposta que Roberto Cláudio é o real candidato do PDT. Quando perguntado a respeito, o ex-prefeito renega a possibilidade. Mas, a política é dinâmica…

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