Parceria com 3º Setor para reforçar o “S” do ESG. Roque Martins

Roque Martins Diretor Financeiro e de Controle – Instituto Nordeste Cidadania (INEC). Foto: Divulgação

Empreendedores e executivos de empresas estão cada vez mais atentos às questões de ESG (do inglês, “Environmental, Social e Governance”), conjunto de práticas para avaliar a sustentabilidade corporativa. Essas práticas estão impactando o mercado, direcionando investimentos e oferta de crédito. Observando essa movimentação, empresas estão ajustando mapas estratégicos e adequando ações para essa onda de geração de valor socioeconômico. Segundo estudos da Bloomberg Intelligence, até o ano de 2025, os fundos direcionados aos critérios ESG ultrapassarão a marca de US$ 50 trilhões.

E por que incluir o 3º setor nesse contexto? De acordo com a 1ª pesquisa sobre a importância econômica do 3º setor para o País, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), o 3º setor – formado por instituições filantrópicas e sem fins lucrativos – responde por 4,27% do PIB brasileiro e por 5,88% dos postos de trabalho remunerados no país. Esse dado é de grande relevância para a economia brasileira, visto que tal participação no PIB é bem próxima a do setor agrícola, com 4,57%, e mais que o dobro do setor de fabricação de automóveis, com 1,73%, por exemplo.

Por isso, é fundamental a atuação dessas organizações para promover a inclusão e a diversidade, proteção ao meio ambiente e a busca pelo equilíbrio nas relações e oportunidades nas esferas social e econômica. As organizações do 3º Setor, de forma inerente, já praticam e reforçam sua governança pelo fato de gerirem recursos públicos, recursos de mantenedores e de doadores. Essa gestão é constantemente debatida e aprimorada em pesquisas, eventos e treinamentos do segmento, em que procuram-se compartilhar as melhores práticas para gerir um maior volume de recursos para seus projetos socioambientais.

Vale comentar que as grandes corporações e empresas com finalidade de lucro já possuem investimentos no “G de Governança”, mas percebe-se que o “A de Ambiental” e o “S de Social” ainda requerem esforços e investimentos para reforçar essa cultura dentro de suas estratégias. Sobre estas duas últimas, as entidades do 3º setor atuam fortemente em seus objetos e propósito. Então, por que não encurtar cada vez mais essas parcerias, unirmos ações, práticas e expertises dessas instituições para reforçar o ESG nas empresas? Percebemos que há um caminho importante e propício para esse debate, visando unir forças e seguir no propósito de sustentabilidade.

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