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O enigma Izolda é a chave para saber para qual mar as águas vão correr

Izolda Cela à espreita de tempestusosos mares nunca dantes navegados no Ceará. Imagem: Facebook

Por Fábio Campos
fabiocampos@focus.jor.br

Sim, caros leitores, diante das águas quentes e revoltosas que marcam o momento de nossa política, a governadora Izolda Cela é a chave do enigma. Lula é um grande eleitor no Ceará? Sim, por óbvio. Camilo também? Inegável. Porém, sozinhos, padrinhos políticos não definem eleições desse porte.

Pelas bandas do semiárido, cujo solo cristalino acossa o litoral e sitia as serras, a caneta cheia de tinta do(a) mandatário(a) de plantão assentado(a) no Palácio é a força motriz capaz de definir o vencedor de uma eleição para governador e senador, além de eleger uma boa bancada de deputados.

Perguntem ao senador Tasso Jereissati. Falem com Ciro e Cid Gomes. Conversem com Camilo. Todos e muitos outros sabem muito bem disso.

Um cidadão é eleito governador por influência de diversos fatores e variáveis que atuam em conjunto. Porém, um desses fatores é imutável e não varia: a boa e velha máquina.

Para começar, um governante bem avaliado é meio caminho andado para fazer o sucessor. Um governo popular é sinal de que a máquina é bem azeitada. De resto, é promover a articulação política correta, juntar a maior quantidade possível de aliados, construir uma aliança forte e atrair apoios nacionais e locais para ajudar a moldar a vontade do eleitor.

Então pronto? No caso do Ceará, ainda não, muito embora a desfiliação de Izolda Cela livrando-se das amarras do PDT indique uma clara direção.

A máquina e a caneta de Izolda Cela ainda não estão claramente a serviço de uma candidatura. Será que a governadora vai se abster? A julgar pelos humores da filha Luisa, essa não é a opção.

A julgar por um Camilo Santana com faca nos dentes, também não. A julgar por um Cid senador deixando as águas rolarem por debaixo de todas as pontes, menos ainda. Agora, ao deixar o PDT, a professora indica que abster-se de dar o comando eleitoral é jogada descartada.

Mas, por enquanto, são só indícios, muito embora fortes. Ainda é preciso ver como a governadora e comportará diante de um necessitado Ciro Gomes precisando de votos na eleição presidencial.

Para desvendar o rumos dos acontecimentos, tão ou mais importante que o apoio formal e declarado da governadora a favor de um candidato é o comportamento da máquina por ela controlada. Ocorrendo o apoio formal, saberemos como a máquina vai trabalhar. Não ocorrendo, teremos que observar seu funcionamento cotidiano.

Focus apurou alguns aspectos da azeitada máquina estadual. Camilo trabalhou bem e de forma meticulosa nesse sentido. Há cerca de dois bilhões de reais disponíveis para liberar até o último dia do mandato, 31 de dezembro. Tudo dentro da legalidade, claro.

Há sim algumas restrições da Justiça Eleitoral. Inaugurações e tais são proibidas para candidatos, mas governo que se preze, principalmente em ano eleitoral, é igual ao Trem Bala do Alan Neto: não para, não para, não para.

Deputados estaduais, deputados federais, candidatos, prefeitos, opositores do prefeito, vereadores e milhares de cabos eleitorais espalhados na imensidão do Ceará esfregam as mãos.

O instinto de sobrevivência mais primário é quem os rege. Sabem como ninguém o valor político e eleitoral da obra pública e do repasse para o convênio firmado e já com algum recurso liberado. É essa a força que arregimenta o trabalho a favor de um ou outro candidato.

A botija estadual tem um esconderijo. Chama-se Superintendência de Obras Públicas, a SOP. Quem a comanda é um fiel cidista que virou também um fiel camilista e, claro, agora fiel izoldista chamado Quintino Vieira. No dizer de um deputado, Quintino é o cara.

Porém, as planilhas eletrônicas com os mapps da vida estão lá nos computadores do Palácio da Abolição. Mais precisamente, na área que engloba o gabinete da governadora. É de lá que emanam as ordens expressas para as liberações de recursos das obras e dos convênios.

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