
A ex-prefeita de Maria Luiza Fontenele recebe o Prêmio Carlota Pereira de Queirós nesta quarta-feira, 25, em sessão solene no Plenário da Câmara dos Deputados, às 10h.
Ela foi indicada ao prêmio pela deputada Luizianne Lins (PT). O “Diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queirós”, uma iniciativa da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara, foi criado para valorizar e incentivar mulheres cujas ações contribuíram para o pleno exercício da cidadania, da defesa dos direitos da mulher e das questões de gênero no Brasil.
Quem é Maria Luiza?
A professora Maria Luiza Fontenele participou da implantação do curso de Ciências Sociais na Universidade de Fortaleza, onde coordenaria o Núcleo de Documentação e Informação sobre a Mulher (NEDIM), desenvolvendo orientação de monografias sobre os temas ligados às mulheres. Como professora da UFC, ministrou diversas disciplinas e participou da fundação da ADUFC e da ANDES/Sindicato Nacional.
Em 1970, foi uma das fundadoras do terceiro núcleo do Movimento Feminino pela Anistia do país, no Ceará, e fundou também a União das Mulheres Cearenses da Associação dos Sociólogos do Estado do Ceará e da CUT, tendo se destacado em lutas nacionais em torno das liberdades democráticas, pela luta feminina e pela autonomia universitária. Foi deputada estadual por dois mandatos e, posteriormente, deputada federal (1990 a 1993) quando, entre outras inúmeras iniciativas, presidiu a Comissão que discutiu e encaminhou o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Maria Luiza foi a primeira mulher brasileira eleita prefeita de uma capital (Fortaleza), em 1985. Em 1990, participou do movimento em combate à violência contra as mulheres na região do Cariri. O mote, à época, foi o assassinato de sete mulheres no Cariri pelo “Escritório do Crime”, fato denunciado por Maria Luiza no encontro da Marcha das Mulheres, na China, em 1995. Maria Luiza subverteu o “destino natural” reservado às mulheres, como diz o livro “Maria Fontenele: Formação Educacional e Política (2021)”, mantendo-se como referência na luta feminina e na luta contra o autoritarismo.