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Marco legal e dinâmica do mercado implodem hotelaria na Beira-Mar

O Ponta Mar, um dos hotéis mais tradicionais da Beira-Mar, já tem data para desaparecer.

Por Fábio Campos
fabiocampos@focus,jor.br

Pelo menos três hotéis já estão com os dias contados na Beira-Mar de Fortaleza. A tendência é que a hotelaria desapareça daquela área. Um marco legal aprovado há alguns anos e a mudança do mercado de hospedagens geraram os fatores para concretizar essa dinâmica urbana que provavelmente não é saudável para a cidade.

Um hotel cinco estrelas na Beira-Mar, que moveu grandes investimentos para ser construído, paga altos impostos, gera muitos empregos diretos e indiretos, cobra uma diária até dez vezes menor do que um hotel de charme numa praia afastada de Fortaleza. Esses hotéis “pé na areia” ocupam terrenos baratos (se comparado à Beira-Mar), são horizontais, a manutenção é bem mais em conta e a mão de obra é mais em conta. Vivem lotados e são bastante viáveis do ponto de vista financeiro. A pandemia apressou o que já era uma tendência.

Quem conversar com um dono de hotel na Beira-Mar vai ouvir relatos de prejuízos e/ou de expectativas não alcançadas. O novo marco legal, que permite erguer edifícios gigantes a troco de pagamento à Prefeitura, está levando os proprietários de hotéis a disistir do negócio, projetar a demolição de seus negócios e planejar a construção de grandes edifícios residenciais.

Do ponto de vista financeiro, parece ser um grande negócio. Do ponto de vista urbano, nem tanto.

PRAIA DO FUTURO
Aquela imensa faixa de praia que vai do Vicente Pizon até a barra do Cocó seria o caminho natural para a formação de uma nova zona hoteleira de Fortaleza? Não se sabe ao certo, mas seria um ganho para a Capital. Já há bons hotéis na Praia do Futuro. Talvez seja necessário um plano diretor específico para aquela área.

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