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Izolda Cela deixa o PDT

Por Fábio Campos

Pronto. Uma definição muito importante e esperada acaba de se concretizar. A governadora deixa o PDT e, portanto, fica livre para se filiar a outro partido ou permanecer sem partido. Porém, livre, leve e solta para apoiar a aliança estruturada com o PT na cabeça.

Configura-se assim outra importante etapa da tempestade que tomou conta da política do Ceará. São circunstâncias típicas do fim de um ciclo político. Tudo isso é fruto do efeito Cid Gomes, que se manteve distante de tudo, até mesmo do lançamento da candidatura presidencial do irmão Ciro.

Sim, Camilo Santana não estaria tão desenvolto nos bastidores não fosse o, digamos, aval semi-ausente de Cid Gomes. Os dois estiveram juntos na última quarta-feira e todo o mundo político notou que Camilo voltou dessa conversa vitaminado para agir.

Entendam: Izolda é a alma do mais reluzente projeto de educação pública estruturado nesse Brasil varonil. Começou na vida pública/política com Cid na Prefeitura de Sobral. Oito anos. A seguir, mais oito anos com Cid no Governo do Ceará. Não é à toa que a governadora carinhosamente cite o senador Cid em sua despedida do PDT.

Lembro-me como se hoje fosse de dois telefonemas que recebi do então governador Cid Gomes. O primeiro, logo depois da posse, para dizer-me que o projeto da educação seria o feijão com arroz que funciona. Assim publiquei em minha Coluna Política.

O segundo, para me colocar em contato com a secretária Izolda para que a própria me detalhasse o programa de educação que entraria em vigor. Este mesmo programa que deu os saltos na educação do Estado e que é propagado aos quatro ventos por Ciro Gomes como referência a ser seguida.

Do ponto de vista político, Izolda segue o rumo que poucos esperavam há apenas 15 dias. Certamente, Ciro não fazia essa aposta. Muito menos RC. No entanto, as variáveis agiram e as coisas se fizeram dessa forma: rápidas e cortantes.

Camilo e o PT com a faca nos dentes. Empoderados pela máquina e pelas circunstâncias políticas capazes de juntar Lula e Tasso, o tucano que mereceu um decreto lulista para ser derrotado em 2010 na tentativa de reeleição para o Senado. Tasso era o mais temido e respeitado opositor do petismo no Congresso. No Ceará, o grupo de Ciro acatou a vontade de Lula.

O PDT e seus próceres fizeram coisas com Izolda que não se faz com governante nenhum. Muito menos quando se trata de uma pessoa com tal trajetória e com tantos serviços prestados ao grupo. O carioca Calos Lupe vir aqui e atropelar a pré-candidatura de Izolda foi algo que certamente não ficaria sem resposta.

Levar a governadora do partido a uma disputa por votos de membros de diretório estadual, alguns de baixa significância, também não é algo aconselhável. O potencial de levar a uma resposta desse tipo era imensa. Deu no que deu.

Está claro: o objetivo é isolar a candidatura de Roberto Cláudio e o PDT. Tudo está am andamento. Por óbvio, a fala de André Figueiredo afirmando que o Governo Izolda está demitindo gente do PDT que ocupa cargos no Governo apenas precipitou uma decisão que parecia inevitável.

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