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Ibovespa sobe 1,55%, emenda quinta alta e se reaproxima de 111 mil pontos

Bolsa de Valores. Foto: Freepik

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

Mesmo com o desempenho tímido de Nova York na sessão, o Ibovespa estendeu nesta terça, 10, pela quinta sessão, a sequência de retomada ante as perdas vistas na abertura de 2023, acumulando pela primeira vez ganho neste começo de ano (+0,99%) e chegando a recuperar o nível dos 111 mil pontos, não visto no intradia desde a última sessão de 2022 (111.177,53), no dia 29, e em fechamento desde 2 de dezembro (111.923,93).

Ao fim da sessão desta terça-feira, como nesta segunda, 9, perdeu parte do fôlego e encerrou em alta de 1,55%, aos 110 816,71 pontos, entre mínima de 108.478,19 e máxima de 111.193,43 pontos, maior marca intradia desde 5 de dezembro (112.149,58), saindo de abertura hoje aos 109.128,58. O giro financeiro ficou em R$ 27,4 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa sobe 1,70%.

O índice da B3 operou bem à frente dos índices de Nova York, sustentando-se em alta mesmo quando os de NY oscilaram para o negativo, pontualmente, no começo da tarde. Destaque para as ações do setor de consumo (ICON +2,05%), em dia também positivo para os materiais básicos (IMAT +1,31%). Na ponta do Ibovespa, Pão de Açúcar (+8,76%), Magazine Luiza (+7,77%), Americanas (+7,49%) e Via (+6,58%).

“Está tão barato que, não havendo notícias ruins, o índice acaba subindo”, diz Francisco Levy, estrategista-chefe da Empiricus, observando que em geral as métricas P/L das ações na Bolsa estão ainda de 15% a 20% abaixo do que se via no pior momento do governo Dilma Rousseff (PT), em referência a outro período em que predominava incerteza e cautela sobre ativos de risco.

“Ainda há muito prêmio de risco também no câmbio e nos juros futuros, muita cautela quanto à dívida pública. As primeiras decisões do governo serão muito importantes como sinalização, após um começo desconectado e pouco pragmático, apesar do esforço isolado do Fernando Haddad (ministro da Fazenda) de soar ‘Palocciano'”, acrescenta o estrategista, em referência a outro político, Antonio Palocci, que, após desconfiança inicial do mercado, acabou sendo bem recebido como titular da Fazenda no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência.

“O mercado não gosta de ficar no escuro. O que gera mais desconfiança é a parte fiscal, mas não se tem como cobrar muito de um governo que começou não faz nem duas semanas. É preciso esperar a gestão fiscal para depois fazer uma avaliação. Há muita dificuldade de comunicação. Pode ser que venhamos a nos surpreender ainda com a execução, que pode ser boa, visto o desempenho de Haddad, na parte fiscal, na Prefeitura de São Paulo”, diz Gustavo Neves, especialista em renda variável da Blue3.

Contribuindo para dar dinamismo maior ao Ibovespa nesta terça-feira, as ações da Petrobras, que cediam mais de 1% no começo da tarde apesar do avanço dos preços do petróleo, encerraram o dia com sinal único, positivo (ON +0,59%, PN +0,92%). A sessão foi amplamente favorável às demais ações de maior liquidez, como Vale (ON +1,23%) e as siderúrgicas (CSN ON +4,77%), assim como para os grandes bancos (Bradesco PN +3,71%, ON +2,09%; Itaú PN +1,93%; Unit do Santander +4,62%, na máxima do dia no fechamento).

Avançou nos últimos dias a articulação do governo federal para que Jean-Paul Prates assuma a presidência da Petrobras de forma interina com o aval do Conselho de Administração, reporta Gabriel Vasconcelos, do Broadcast no Rio. Duas fontes familiarizadas com as negociações informaram que o governo já tem sinalização positiva da maior parte do colegiado atual, seis de dez conselheiros, para avançar com o plano de antecipar a entrada de Prates na estatal.

No lado oposto do Ibovespa nesta terça-feira, destaque para ações do setor elétrico, como Eletrobras (PNB -1,63%, ON -0,97%), CPFL (-1,28%) e Copel (PNB -0,40%), além de empresas como Braskem (-1,45%) e Suzano (-1,24%). O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que está adotando medidas tradicionalmente implementadas em eventos especiais, como eleições, Copa do Mundo e Olimpíadas, depois da queda de três torres de transmissão nos últimos dias, em três locais diferentes.

O ONS observou que nesta época do ano, de condições climáticas severas, o incidente pode ser considerado normal. “Neste momento, as causas estão sendo investigadas pelos respectivos agentes”, disse o operador em nota.

Mais cedo, o Broadcast Energia apurou que a empresa responsável por linha de transmissão em Rondônia encontrou indícios de sabotagem na derrubada do ativo, uma vez que a base de metal que sustenta a torre teria sido cortada. Em outro incidente, uma torre de energia situada a 50 quilômetros da hidrelétrica Itaipu, no Paraná, caiu. Também teria havido incidentes envolvendo tentativas de destruição em alguns ativos de transmissão, na mesma região.

No cenário externo, o foco permanece concentrado na reabertura da China em meio à reversão da política de Covid zero, bem como na progressão dos juros de referência nos Estados Unidos – hoje, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, durante participação em evento, não fez comentários sobre a política monetária americana.

“Na quinta-feira, os mercados globais estarão muito atentos à divulgação de novos dados sobre a inflação nos Estados Unidos”, diz Bruno Madruga, sócio e head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.

“No plano doméstico, a reação inicial do governo (aos ataques do fim de semana) contribuiu para fechamento da curva de juros, e observamos fortalecimento do real, com fluxo gringo aparentemente também chegando às ações na B3, pela redução do risco Brasil”, acrescenta Madruga. Ele chama atenção em especial para o bom desempenho das ações de bancos na sessão, além das de commodities e mesmo das ‘small caps’, papéis de menor capitalização de mercado, ainda muito descontados.

Agência Estado

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