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Ibovespa sobe 0,80%, aos 104,7 mil pontos, e quase zera perdas do mês

Bolsa de Valores. Foto: Pixabay

Vindo de perdas de 1,83% e de 3,09% nas últimas duas semanas, o Ibovespa fechou nesta segunda-feira, 6, em alta de 0,80%, aos 104.700,32 pontos, em dia de moderados ganhos na maioria das bolsas dos Estados Unidos, Europa e Ásia. Aqui, a referência da B3 oscilou hoje entre mínima de 103.170,44 e máxima de 105.170,97, saindo de abertura aos 103.864,62 pontos. Enfraquecido como na sexta-feira, o giro financeiro ficou em R$ 22,3 bilhões. No mês, o Ibovespa quase zera as perdas (-0,22%), e ainda cai 4,59% no ano.

Apesar do desempenho negativo do setor de mineração (Vale ON -3,53%) e siderurgia (CSN ON -3,84%, Gerdau PN -3,20%, Usiminas PNA -0,84%), com a fraca projeção oficial de crescimento para a China em 2023, em torno de 5%, os bancos tiveram boa recuperação na sessão, com Bradesco (ON +2,99%, PN +3,34%) à frente, o que deu suporte ao Ibovespa, ao lado de Petrobras (ON +1,48%, PN +1,01%).

Na ponta do índice, destaque para forte desempenho das companhias aéreas Azul (+37,98%) e Gol (+23,78%), à frente de CVC (+19,29%), em dia de queda de 0,58% para o dólar à vista, a R$ 5,1699 no fechamento. “A Azul conseguiu chegar a acordo e rolar dívidas em relação a arrendamentos de aviões”, observa José Simão, sócio da Legend Investimentos. No lado oposto, destaque para os nomes da mineração e siderurgia, além de Bradespar (-1,38%).

“Não fosse o desempenho do setor de commodities metálicas na semana passada, o do Ibovespa teria sido ainda pior. Juros nos Estados Unidos e crescimento na China são situações dadas, estão nos preços. Precisamos fazer o dever de casa por aqui, e isso envolve um arcabouço fiscal que seja convincente e também avanço nas reformas, como a tributária, para a qual nunca houve ambiente tão favorável – consenso é difícil alcançar, mas a oposição de Estados e municípios parecia bem mais forte no passado”, diz Simão.

Pelo lado corporativo, o patamar de juros e condições mais restritas de crédito desde a crise da Americanas tornam o cenário desafiador, acrescenta. “Os ativos estão bem depreciados, mas é preciso de uma sinalização forte (para uma retomada)”, diz Simão. “As empresas estão precisando de um respiro.” Equacionar a questão fiscal é pressuposto incontornável para que o Banco Central comece a cortar juros, por critérios técnicos, não por pressão política, avaliam analistas de mercado.

Hoje, o ministro Fernando Haddad afirmou que “fechou” o novo arcabouço fiscal na Fazenda, mas ainda não apresentou a proposta ao presidente Lula. “Vou tratar com a área econômica antes”, disse o ministro, que afirmou estar conversando com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre os nomes para a diretoria do colegiado, e tem apresentado sugestões a Lula. “O presidente Lula usará março para avaliar currículos para o BC que apresentei a ele”, disse.

O ministro também afirmou que apresentou o “desenho” do programa Desenrola a Lula. Segundo ele, o presidente autorizou que a Fazenda contrate o desenvolvimento de um sistema e somente após essa entrega é que o programa será lançado. Por meio do Desenrola, os credores oferecerão descontos para pessoas com o CPF negativado quitarem as dívidas.

No exterior, “investidores se preparam para uma semana cheia de dados econômicos e com dois discursos do presidente do Fed, Jerome Powell”, observa em nota a Guide Investimentos. “Powell será sabatinado no Congresso, amanhã e quarta-feira. Muito provavelmente será questionado pelo nível de taxas de juros e criticado pelo risco de gerar uma recessão”, acrescenta a casa, destacando que “qualquer sinalização sobre os passos futuros da política monetária deverá ser observada de perto”. A agenda da semana reserva também o payroll de fevereiro, na sexta-feira.

Agência Estado

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