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Gratidão e reconhecimento. Por Dr. Cabeto

Secretário estadual, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Dr Cabeto). | Foto: Divulgação

Escrevo, inicialmente, para agradecer a alma e o espírito daqueles que com humildade e capacidade de dedicação tem enfrentado esses tempos. São pessoas anônimas, que não precisam de holofotes, mídias sociais, ou qualquer outro mecanismo de divulgar suas ações, pois o fazem como missão, e são eles os representantes da maioria dos cearenses. Para eles é suficiente o prazer de ajudar, e quando possível, sedar a angústia que a doença nos impõe. Eles não o fazem de hoje, na pandemia, ou de ontem, pois suas histórias vêm de longe, certamente, de suas famílias e seus antepassados, de uma forma singela e única.

Há alguns dias estive na UPA Cristo Redentor, quando comprovei, mais uma vez essa realidade. Testemunhei a gratidão dos pacientes, que estavam há dias aguardando, pacientemente, mas já em tratamento para Covid 19, em uso de oxigênio e de corticosteroides. Os funcionários estavam felizes por simplesmente ajudar…

Alguns são amigos do dia a dia, outros, principalmente, nos hospitais públicos dos quatro cantos do nosso Ceará. Sinto -me honrado em tê-los conhecido, não somente como médico, mas sim como cumplice dessa realidade.

Assim como eles, nos últimos 30 anos, conheci e presenciei aflições humanas, entendidas individualmente, únicas, ou mesmo, contextualizadas em nossa realidade atual, pois o adoecimento e, antes de tudo, um processo social.

A dívida e grande, em especial, num Estado do nordeste do Brasil. Infelizmente a conta chegou da forma mais dura, perversa, em frente a uma catástrofe, provavelmente o maior desastre da humanidade nos últimos cem anos.

Mas, ainda assim, acho que já deu certo, pelo simples fato de fortalecer valores humanos, como o de aproximar as pessoas e as famílias, mesmo diante do isolamento. Pela possibilidade de reduzir as diferenças, pelo simples fato de compreendermos o humano pela divisão existente em cada um de nós, e o dilema existencial da liberdade e do martírio de fazermos escolhas. A solidariedade, a humildade diante dos fatos e de nossas fragilidades, construirão, inequivocamente, uma sociedade diferente, com certeza, menos desigual e mais harmônica.

Há, a meu ver, esperança, pois estamos evoluindo como gente, nos doando, entregando nosso trabalho intensamente, com amor e dedicação, as próximas gerações e aos nossos filhos.

Sendo assim,

Muito obrigado
Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho

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