Átila Varela
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O dólar comercial fechou pelo segundo dia consecutivo em alta. A moeda norte-americana saiu a R$ 4,037 na venda. Trata-se do maior valor nos últimos oito meses. O Ibovespa, por sua vez, fechou em queda de 1,75%, amargando também a segunda retração em dois dias. É o menor nível registrado pela Bolsa em 2019.
O câmbio, no exterior, foi influenciado pela guerra comercial entre China e Estados Unidos. Em casa, o maior problema é o fraco desempenho da economia brasileira e o marasmo para aprovação das reformas da Previdência e tributária, consideradas o “turbo” do Governo Bolsonaro.
A privatização da Eletrobras, que ficou para o ano que vem, conforme o vice-presidente Hamilton Mourão, não teve impacto. O que mais impactou, no entanto, foi a declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sobre a aprovação da reforma da Previdência. Segundo o parlamentar, o pacote seria tocado pelo Congresso com o Governo ajudando ou atrapalhando, com ou sem redes sociais”.
Para o mestre em Economia pela UFC, Ricardo Coimbra, o Governo tem se mostrado frágil com relação às condução das medidas. Mais que isso, a base parlamentar, conforme o economista, parece dispersa. “Não tem uma base parlamentar. O Governo não consegue conversar com o Congresso, gerar uma perspectiva de cenário melhor”, assegura.”Rodrigo Maia age com um primeiro-ministro. A gente tem um sistema presidencialista onde o Parlamento quer conduzir essas mudanças”, completa.
O economista também alerta que o dólar pode subir ainda mais nas próximas semanas. “Vai depender do cenário externo, especialmente de como a guerra comercial (entre Estados Unidos e China) vai se desenrolar. No ambiente interno, o mal-estar gerado pelas investigações sobre Flávio podem contaminar o Governo, somada à postergação a cada dia das reformas”, finaliza.

Ibovespa cai 0,12%, aos 116 mil pontos, e acumula perda de 2,31% na semana
Com perda na semana concentrada na sessão de ontem, quando cedeu 2,15%, no que foi sua maior queda desde 2 de maio, o Ibovespa fechou