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Dilma, Lula, FHC e Maia rebatem fala de Bolsonaro sobre tortura

Brasília – DF, 16/05/2012. Cerimônia de Instalação da Comissão Nacional da Verdade, no Palácio do Planalto Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.

Equipe Focus
focus@focus.jor.br

Após o presidente da República Jair Bolsonaro voltar a criar polêmica com declarações questionando a veracidade da tortura à qual a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi submetida durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), nomes relevantes da política nacional reagiram e rebateram a fala do chefe do Executivo Nacional.

Três ex-presidentes comentaram as declarações, entre eles a própria Dilma (PT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Além deles, o atual presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM) e o candidato do bloco de Maia à presidência da casa, Baleia Rossi (MDB), que disputará contra Arthur Lira, candidato governista.

Em nota, Dilma Rousseff afirmou que o presidente da República, em declarações como essa, “se revela exatamente como é: um indivíduo que não sente qualquer empatia por seres humanos, a não ser aqueles que utiliza para seus propósitos” e classificou Jair Bolsonaro como “fascista”, “sociopata” e “cúmplice da tortura e da morte”.

Já o ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva usou o Twitter para prestar solidariedade a Dilma, a quem definiu como  “mulher detentora de uma coragem que Bolsonaro, um homem sem valor, jamais conhecerá”. Lula ainda afirmou que o “Brasil perde um pouco de sua humanidade a cada vez que Jair Bolsonaro abre a boca”.

Outro que utilizou o Twitter foi o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Minha solidariedade a ex Pr Dilma Rousseff. Brincar com a tortura dela — ou de qualquer pessoa — é inaceitável. Concorde-se ou não com as atitudes políticas das vítimas. Passa dos limites”, disse FHC.

Rodrigo Maia também fez uso do Twitter para comentar as declarações do presidente da República. “Bolsonaro não tem dimensão humana. Tortura é debochar da dor do outro. Falo isso porque sou filho de um ex-exilado e torturado pela ditadura. Minha solidariedade à ex-presidente Dilma. Tenho diferenças com a ex-presidente, mas tenho a dimensão do respeito e da dignidade humana”, afirmou o atual presidente da Câmara dos Deputados.

Pretendente ao cargo atualmente ocupado por Rodrigo Maia, Baleia Rossi também rebateu a fala de Bolsonaro. “Não é sobre esquerda, centro ou direta. É sobre a dignidade humana, é disso que se trata. Nossa solidariedade à ex-presidente Dilma Rousseff. Tortura nunca mais”, declarou o parlamentar, em mensagem que foi retuitada pelo atual presidente da Câmara dos Deputados.

Confira a nota completa da ex-presidente Dilma Rousseff:

“ÍNDOLE DE TORTURADOR
Quem não se sensibiliza diante da dor de outros seres humanos, não merece a confiança do povo brasileiro./

DILMA ROUSSEFF

Jair Bolsonaro promoveu mais uma de suas conhecidas sessões de infâmia e torpeza, falando a um pequeno grupo de apoiadores, nesta segunda-feira, 28 de dezembro.

Como não respeita nenhum limite imposto pela educação e pela civilidade, uma exigência a qualquer político, e mais ainda a um presidente da República, desmoraliza mais uma vez o cargo que ocupa. Mostra-se indigno ao tratar com desrespeito e com deboche o fato de eu ter sido presa ilegalmente e torturada pela ditadura militar. Queria provocar risos e reagiu com sórdidas gargalhadas às suas mentiras e agressões.

A cada manifestação pública como esta, Bolsonaro se revela exatamente como é: um indivíduo que não sente qualquer empatia por seres humanos, a não ser aqueles que utiliza para seus propósitos. Bolsonaro não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela Covid-19 que, aliás, se recusa a combater. A visão de mundo fascista está evidente na celebração da violência, na defesa da ditadura militar e da destruição dos que a ela se opuseram.

É triste, mas o ocupante do Palácio do Planalto se comporta como um fascista. E, no poder, tem agido exatamente como um fascista. Ele revela, com a torpeza do deboche e as gargalhadas de escárnio, a índole própria de um torturador. Ao desrespeitar quem foi torturado quando estava sob a custódia do Estado, escolhe ser cúmplice da tortura e da morte.

Bolsonaro não insulta apenas a mim, mas a milhares de vítimas da ditadura militar, torturadas e mortas, assim como aos seus parentes, muitos dos quais sequer tiveram o direito de enterrar seus entes queridos.
Um sociopata, que não se sensibiliza diante da dor de outros seres humanos, não merece a confiança do povo brasileiro.”

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