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As batatas em brasa deixadas no colo de José Sarto

Gás, cassetetes e balas de borracha desfizeram a manifestação dos sindicalistas municipais contra a reforma da Previdência.

Nos bastidores e à boca miúda, interlocutores mais próximos de José Sarto (PDT) reclamam com certa aspereza do que consideram ser duas batatas em brasa deixadas pelo ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) no colo do sucessor.

No caso, o reajuste das passagens de ônibus, que, por contrato, deveria ter ocorrido em dezembro passado, e a reforma da Previdência, cuja situação de crise iminente nunca foi abordada nos oito anos da gestão anterior. São dois temas extremamente desgastantes.

No caso do sistema de transporte, a coisa é  reconhecidamente grave. E não é de hoje. O setor já vinha em situação financeira decadente. A pandemia escancarou a situação. Não foi à toa que, em janeiro, uma das concessionárias que compõem o sistema entrou com pedido de recuperação judicial. Outro dado: a idade média da frota está bem mais alta do que se considera razoável.

No que diz respeito à reforma da Previdência de Fortaleza, os fatos estão aí. Nesta terça-feira, em frente à Câmara de Vereadores, a guarda municipal até teve que desfazer na marra uma manifestação de sindicatos de servidores públicos. O presidente da Casa, precisou de escolta para entrar no prédio. A estrutura da CUT estava presente com militantes e carros de som.

Uma parte da bancada de vereadores que deveria ser de situação se mostra arredia. Ou por interesses corporativistas ou por que está vendo a chance de montar um bom balcão. Sem a reforma, o sistema previdenciário municipal entra em célere processo de colapso. A lógica é de uma simples conta de dois mais dois: a reforma precisa seguir ou a Previdência quebra.

Nesse ponto, Camilo Santana (PT) nadou de braçada. Ainda em 2016, o governador se antecipou à reforma de Michel Temer e ampliou de 11 para 14% o desconto para a previdência estadual, entre outras medidas. Apenas uns poucos gritos nas galerias da Assembleia se fizeram notar.

Na sequência, Camilo fez os ajustes restantes, inclusive aqueles que adaptaram a Previdência do Ceará ao texto da reforma aprovada pelo Congresso Nacional no primeiro ano de Jair Bolsonaro. Foi o caso, por exemplo, do aumento da idade mínima para se aposentar, que passou de 55 para 62 anos, no caso das mulheres, e de 60 para 65 anos, para os homens. (FC)

 

 

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